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Na época em que o café movimentava a cidade de Ribeirão Preto, na virada dos séculos XIX e XX, alguns homens de negócio ficaram conhecidos por trabalharem com o chamado ouro verde.

Quase ninguém sabe, porém, um desses homens foi Henrique Dumont, pai de Alberto Santos Dumont. Filho de franceses, nasceu em Diamantina, Minas Gerais, no dia 20 de julho de 1832. Grande cafeicultor, foi considerado o segundo Rei do Café brasileiro do século XIX. O título informal era concedido ao maior empresário rural do ano. Henrique Dumont teve quase seis milhões de pés de café e mais de cinco mil colonos trabalhando nas suas plantações. Instalou uma estrada de ferro particular, ligando a sede da fazenda a Ribeirão Preto. Para se ter uma ideia do tamanho do terreno de Henrique Dumont, somente dentro da própria fazenda, os trilhos do trem avançavam por 85 km. Foi com o dinheiro do café, inclusive, que os os experimentos de Santos Dumont com o 14 Bis foram custeados. Em 1890, Henrique Dumont sofreu um acidente de charrete que o deixou hemiplégico. Dois anos depois, aos 60 anos de idade, faleceu na cidade do Rio de Janeiro.

Já Joaquim de José de Sousa Breves foi considerado o primeiro grande Rei do Café. Viveu durante o Brasil Império, foi feito comendador da Ordem da Rosa, da Ordem de Cristo e da Guarda Nacional pelo imperador Dom Pedro II. Participou do Grito do Ipiranga, foi deputado e o primeiro cafeicultor a receber esse apelido. Nascido na Fazenda Manga, o “Comendador Breves” possuía terras que iam do litoral sul-fluminense até o sul do estado de Minas Gerais. Essa extensão era preenchida pelo trabalho de 10 mil escravos. Foi nas terras do Comendador Breves que surgiram cidades como Mangaratiba, Pinheiral e Vassouras.

No nosso próximo texto vamos falar sobre dois outros Reis do Café, Franz Schmidt, o alemão que teve mais de 14 mil empregados, e Geremia Lunardelli, cafeicultor que inspirou o personagem Geremia Berdinazzi na novela O Rei do Gado.